Já dizia Andrés D`Alessandro, "qualquer coisa eu pulo da barca, cara".
E depois de muitos movimentos desde a corrupção até o mais sensato (e atrasado) Bom Senso F.C., o futebol brasileiro enfim, começa a se encaixar na (ir)realidade brasileira. A economia indo de mal a pior, um consumo desenfreado, motivado por algumas políticas comerciais, e cada vez menos distribuição de renda e sim, centralização da renda, isso começa a ter reflexos nos times de futebol do país.
Depois do fim do Clube dos Treze, o qual fazia a divisão de verbas e a complexa venda dos direitos televisivos dos times com a televisão (aberta e premiere), os clubes, motivados pelo Corinthians (todo mundo foi atrás do Andrés Sanchez), o qual decidiu ele mesmo negociar os valores ou melhor, os direitos televisivos do clube, em pequenas linhas, quem gostaria de ver os jogos do time pela tv, deveria negociar diretamente com o clube e não mais com o "representante" Clube dos Treze.
O contrato era negociado, através de uma agência bancária, diretamente com o clube, (claro o valor diminuía ou aumentava, muito mais gente prefere ver Corinthians do que Naútico), com duração do chamado triênio do Brasileirão, os valores iam de 90 milhões de reais para uns, outros 120, até 25 para alguns. Com o dinheiro muitos clubes, viram ali uma mina de ouro, e começaram a gastar como loucos, salários de 500 mil, (dizem que o Fred do Fluminense, chega a vencimentos mensais de 950 mil), clubes passando direitos de imagens para atletas, fechando patrocínios altos e tudo repassando para a folha salarial e ainda mais, negociações milionárias, quem não lembra do Pato no Corinthians por 40 milhões de reais?? Mas faltou algo.
Faltou a boa e velha matemática. Se temos 10, e tenho que pagar no mês 12, entro no outro mês devendo 2, no seguinte, 4, e assim sucessivamente. Bom é fácil imaginar. Folhas Salarias englobam não só jogadores mas também roupeiro, massagista, tudo, absolutamente tudo. No início de 2013, Grêmio pagava mensalmente 11,5 milhões de reais, Internacional pagava 800 mil reais para Forlán (fora benefícios como passagens, imagem). E o clube tem receita? renda? Sim, de competições, patrocínios, televisão, ingressos, sócios, empresários, venda de jogadores, bom o futebol brasileiro é um negócio e o presidente que for um bom empresário terá sucesso (claro conhecer jogadores, ser um boleiro, conta muito).
O dinheiro acabou e nisso o movimento do Bom Senso F.C. bate muito, eles não estão só brigando por jogos de quarta a domingo, é muito mais complexo que isso, envolve salários dos jogadores, do massagista, do nutricionista do clube, do faxineiro, a dívida do clube, do clube grande ao pequeno, tudo é envolvido, e assim, nasce, ainda bem novinho, o Fair Play Financeiro, de origem da UEFA na Europa em que o clube só pode gastar o que tem, e as dívidas são renegociadas e devem serem pagas no prazo ajustados, se não for, rebaixamentos e penas severas. Reflexos disso? Olhe a "Janela de Transferências" que vários site de futebol fazem, ninguém quer comprar ninguém, o Grêmio (meu time) luta para diminuir salários, repassar jogadores, buscar o bom e velho, bom e barato, aquela promessa, como foi Jardel (terceiro reserva do Vasco).
Se foi o tempo, espero pelo menos, que era "normal" um jogador de futebol ganhar 1 milhão por mês ou quase isso. Se me pagarem 10 mil por mês, eu corro o gramado da Arena de lado a lado, e se bobearem faço gol ainda.
Esse ano, é o ano de acreditar. No bom senso, de cada trabalhador, empresário, torcida, para que nós tenhamos mais consciência do dinheiro que gastamos, porque não é normal, e não agrega nada, gastar milhares de reais para sustentar um astro, quando 2 meses depois, todo o time fica sem receber, e ainda, o pior quando o faxineiro ou massagista que precisa daquele dinheiro do mês, não recebe porque um figurão recebe 500, 700, 800 mil por mês e por isso o clube (irresponsável) não pode pagar.
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